FORMAÇÃO DE PROFESSORES E SUA INFLUÊNCIA NO SISTEMA EDUCATIVO ANGOLANO: ESTUDO EXPLORATÓRIO (ISCED-HUAMBO)

GILSA MUNANA  SEBASTIÃO; IRENE INAKULO  MOISÉS

Autores

GILSA SEBASTIÃO Instituto Superior de Ciências de Educação Huambo https://orcid.org/0000-0003-3425-2946
IRENE MOISÉS Instituto Superior de Ciências de Educação Luanda https://orcid.org/0000-0001-8298-9286

Palavras-chave:

Formação de professores, Profissão docente, Sistema educativo, satisfação profissional

Resumo

Sendo a formação inicial de professores considerada a génese da profissionalização docente, com este estudo, pretende-se analisar a influência da formação de professores angolanos em processo de formação contínua seja ela profissional, ou académica, sua autonomia e satisfação profissional docente. Recorreu-se a um estudo quantitativo, com breve revisão bibliográfica, análise documental e discussão baseada na documentação consultada e nas experiências das autoras na docência, tendo construído e aplicado um questionário de natureza dicotómica aos 311 professores que frequentavam os cursos de Mestrado e Doutoramento no Instituto Superior de Ciências da Educação do Huambo. Usou-se também a estatística descritiva suportada pelo programa SPSS. Os resultados permitiram concluir que, os professores, maioritariamente, se sentem competentes, autónomos e confiantes a desempenhar a sua profissão. Entretanto, os professores com formação média docente, manifestaram-se mais preparados para a docência.

Referências

Bardin, L. (2000). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Benedito, N. D. S. (2008). Centralização de sistemas educativos e autonomia dos atores organizacionais: processos colectivos de interpretação das orientações centrais. Dissertação de Doutoramento não publicada, Universidade do Minho, Braga.

Darling-Hammond, L. (2000). How teacher education matters. Journal of Teacher Education, 51 (3), 166-173.

Campingãla, J. M., Buza, A. G. & Manuel, I. J. D. (s.d.). Democratização do ensino em Angola: estudo de caso na Escola primária no distrito urbano da Imgombota – Luanda. Acedido a 24 abril 2017 em http://www.aforges.org/wp-content/uploads/2017/12/15-Democratizacao-do-Ensino-em-Angola.pdf.

Day, C. (2001). O desenvolvimento profissional de professores: os desafios da aprendizagem permanente. Porto: Porto Editora.

Direção-Geral das Estatísticas da Educação e Ciência (2017). Acerca do TALIS. http://www.dgeec.mec.pt/np4/101/.

Estrela, M. (2002). Modelos de formação de professores e seus pressupostos conceptuais. Revista de Educação, 11 (1), 17-29.

Esteves, M., Rodrigues, A., Silva, M. L. & Carita, A. (2015). Para pensar a educação em Portugal: a formação dos professores. Grupo Economia e Sociedade, 1-33.

García, C. M. (1999). Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora.

Gonçalves, J. A. (2009). Desenvolvimento profissional e carreira docente. Fases da carreira, currículo e supervisão. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 8, 23-36.

Griffin, G. (1999). Changes in teacher education: Looking to the future. In G. Griffin (Ed.). The education of teachers: Ninety-eight yearbook of the national society for

Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação. (2004). Currículo da Formação de professores do 1º Ciclo e Ensino Secundário. Equipa de Elaboração de Programas.

Leite, C. (2009). Ser professor nos dias de hoje… formar professores em mudança. Educação. Revista de Educação da UFSM, 34 (2), 251-264.

Lussinga, A. (2016). Formação de professores no sistema educativo de Angola: Uma análise focalizada na formação inicial de professores de Biologia e de Geografia no Instituto Superior de Ciências da Educação do Huambo (Tese de Doutoramento em Ciências da Educação). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Universidade do Porto, Porto. https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/85413

Flores, M. A. (2010). Algumas reflexões em torno da formação inicial de professores. Educação, 33 (3), 182-188.

Hernandez, J. & Melo, F. (2003). O clima organizacional e a satisfação dos funcionários de um Centro Médico Integrado. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 3 (1), 11-26.

Martins, A. & Pardal, L. (2007). Mudança, inovação e a formação contínua de professores em Portugal: Contributos para uma reflexão a partir de um estudo empírico. Revista Linhas, 6 (2), 1-13.

Ministério da Educação (2001). Lei de Bases do Sistema Educativo. República de Angola.

Ministério da Educação (2016). Lei de Bases do Sistema Educativo. República de Angola.

Ministério da Educação (2020). Lei de Bases do Sistema Educativo. República de Angola.

Decreto-lei n.º 109/011, de 26 de Dezembro, Ministério da Educação que Aprova o Estatuto do Subsistema de Formação de Professores – Revoga todos os diplomas que contrariem o disposto no presente decreto presidencial, nomeadamente, os que criam os cursos básicos de formação de docentes e os cursos de superação de professores. (2011). Diário da República. I Série, n.º XX. Luanda.

Ministério da Educação (2020). Decreto presidencial n.º 285, de 29 de Outubro de 2020. Estabelece a Reorganização da Rede de Instituições Públicas de Ensino Superior- Revoga todos os diplomas que contrariam o disposto no presente decreto presidencial, nomeadamente, a alíneas destacadas no referido decreto presidencial e o artigo 2º do Decreto Presidencial n.º 188/14, de 4 de Agosto. Diário da República, - Imprensa Nacional - E. P., Luanda-Angola, 29 de Outubro de 2020.

Ministério da Educação (2008b). Plano Mestre de Formação de Professores em Angola. BIEF: Unicef.

Ministério da Educação (2008a). Estatuto da Carreira Docente. República de Angola.

Melo, A. S. & Branco, M. (2013). A formação inicial de professores no âmbito do Processo de Bolonha: O caso da formação de professores de Educação Visual e Tecnológica. Saber & Educar, 18, 22-35.

Munana, G. R. (2010). Satisfação profissional docente dos professores angolanos (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra.

Nascimento, A. (2006). Políticas e estratégias para o desenvolvimento do Ensino Superior. Texto adaptado da comunicação apresentada no Colóquio sobre “O Ensino Superior e a Investigação Científica: o seu Contributo para a Reconstrução e o Desenvolvimento de Angola”. cit. em Cardoso & Flores. https://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/documentos/congreso/xcongreso/pdfs/t3/t3c44.pdf

Ngaba, A.V. (2012). Políticas Educativas em Angola 1975-2005. Entre o global e o local: o sistema educativo mundial. Mbanza- Kongo: Sedieca.

Nóvoa, A. (1991). O passado e o presente dos professores. In A. Nóvoa (Ed.). Profissão professor (pp. 9-32). Porto: Porto Editora.

Nóvoa, A. (1995). Formação de professores e profissão docente. In A. Nóvoa (Org.). Os professores e a sua formação (pp. 11-30). Porto: Porto Editora.

Nguluve, A. K. (2006). Política educacional angolana (1976-2005). Organização,

desenvolvimento e perspectivas [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo].

Repositório da Produção USP. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-

-115100/

Ponte, J. (1998). Reflectindo com Zeichner: um encontro marcado por preocupações políticas, teóricas e epistemológicas. In Fiorentini, D. Cartografias do trabalho docente. Campinas: Mercado das Letras.

Peiró, J. M. (1997). Psicología de la organización. Madrid: UNED.

Quitembo, A. D. (2014). Currículo avaliação e inovação em Angola: perspectivas e desafios. Benguela: Ondjiri Editores.

Roldão, M. C. (2005). Formar para a excelência - Pressupostos e rupturas nos níveis iniciais da docência. Educação & Linguagem, 15, 18-42.

Robert, T., Young, J. & Kelly, V. (2006). Relationships between adult worker’s spiritual well-being and job satisfaction: a preliminary study. Counseling and Values, 50 (3), 165.

Santos, M. (1970). História do ensino em Angola. Luanda-Angola: Imprensa Nacional de Angola, Edição Serviços Provinciais de Educação.

Seco, G. M. (2002). A satisfação dos professores. Teorias, modelos e evidências. Porto: Edições Asa.

Seixas, A. M., Damião, M. H., Bidarra, M. G., & Festas, M. I. (2012). A formação inicial de professores nas universidades portuguesas. Em A. Melo, & I. Nascimento (Eds.) Licenciaturas. São Luís: EDUFMA.

Sebastião, G. R. M. (2021). Formação, identidade autonomia e satisfação profissional dos professores em Angola. Tese de Doutoramento não publicada realizada no âmbito do Programa Interuniversitário de Doutoramento em Psicologia, especialidade de Psicologia da Educação, Universidade de Coimbra.

Scott, C., Cox, S. & Dinham, D. (1999). The occupational motivation, satisfaction and health of English school teachers. Educational Psychology, 19 (13), 287-309.

Skaalvik, E. M. & Skaalvik, S. (2014). Teacher self-efficacy and perceived autonomy: Relations with teacher engagement, job satisfaction, and emotional exhaustion. Psychological Reports: SAGE Journals, 114 (1), 68-77.

Trindade, V. M. (2001). Uma perspectiva humanística na formação do professor de Ciências. Intermeio: Revista do Mestrado em Educação, 7 (14), 4-9.

Zau, F. (2009). A educação em Angola: Novos trilhos para o desenvolvimento. Luanda: Coleção Movimento das Ideias.

Zabalza, M. (1992). Planificação e desenvolvimento curricular. Porto: Edições Asa.