DEMOCRACIA E TOTALITARISMO: UMA ABORDAGEM SOBRE A REALIDADE ANGOLANA
Palavras-chave:
Angola, democracia, totalitarismo, intolerância intelectual, exclusão socialResumo
O presente artigo tem como objectivo propor uma ampla discussão sobre democracia e totalitarismo, a partir de uma abordagem sobre a realidade angolana. Procuramos, ainda, destacar a democracia como valor, como um processo de legitimidade sobre a intolerância intelectual e a exclusão social. A democracia, desde o seu aparecimento nas antigas sociedades gregas, consiste no poder assente no povo. Deste modo, pode afirmar-se que, numa determinada sociedade, o poder pertence ao povo. Uma das características fundamentais do actual estágio da modernidade é a legitimidade da democracia como forma de organização política das sociedades actuais. Logo, a democracia reveste-se da dupla figura de um ideal portador de igualdade, de liberdade e da participação dos cidadãos na vida pública. As outras preocupações que pretendemos discutir prendem-se com a abordagem analítica e histórica da relação entre democracia e totalitarismo. O comunismo é apontado como um sistema totalitário, autoritário e ditatorial, pelo que, no período contemporâneo, o estudo do totalitarismo mostra-se essencial para a compreensão dos fenómenos actuais, na medida em que não existe um sistema totalitário que não seja contemporaneamente autoritário e ditatorial. Nossa abordagem permite identificar em Angola a existência de um processo com regras democráticas, mas que convive, com um conteúdo substantivo totalitário, de exclusão social e de violência.
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